terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sonhando e criando o futuro

Eu, HILTON COBRA, ator, diretor da Cia dos Comuns, uma companhia de teatro composta de atores e atrizes negros, que foi criada com a missão artística, cultural e política de se criar um espaço voltado para a pesquisa teatral negra que possibilite um maior conhecimento da nossa cultura, apuro técnico e ampliação do espaço de atuação de profissionais negros no mundo das artes cênicas, tenho absoluta e profunda admiração e respeito por essa corajosa mulher, Dilma Vana Roussef. Não tenho dúvida, teremos um Brasil muito melhor nas mãos da Dilma. Será extraordinário para o Brasil ser governado por uma mulher, e uma mulher inteligente, competente e determinada.



Mas ressalto. Somente teremos uma eleição realmente democrática quando os(as) candidatos(as), sobretudo à Presidência da República, discutirem a questão do racismo brasileiro em seus programas e debates. Mas como isso está longe de acontecer, resta apenas a esperança de um dia a gente negra brasileira, que representa hoje 51,3% da população do país, negar o seu voto e forçar os(as) candidatos(as) a assumirem nos seus programas de governo o combate efetivo e implacável ao racismo com a mesma intensidade com que os temas aborto, meio ambiente e religião estão forçando o adversário e a nossa candidata Dilma a se manifestarem. Somente seremos livres, desenvolvidos e democráticos quando erradicarmos o racismo.


Ah! se a candidata, através de seus programas e metas, se comprometesse a combater o racismo institucional, a colocar realmente e de forma honesta as instituições federais – todas elas – a serviço do equilíbrio de forças políticas e econômicas entre os "vários" povos brasileiros, incluindo portanto os negros, não seríamos mais:


· a maioria dos encarcerados nos presídios brasileiros;
· a maioria dos favelados;
· a maioria das crianças e dos jovens mortos nas guerras do tráfico;
· a maioria dos “soldados” do tráfico;
· a maioria analfabeta;
· a maioria dos catadores de lixo;
· a maioria da população de rua;
· a maioria desempregada;
· a maioria das crianças mortas por falta de higiene, comida e saúde;
· a maioria nos manicômios;
· a maioria, a maioria, a maioria...



Seria um ótimo começo, minha querida candidata, e uma extraordinária visão de futuro.


Estou com a senhora candidata e esperançoso de que sairemos vitoriosos no dia 31. Sem dúvida, será um marco histórico para o Brasil e, sobretudo, para o Brasil feminino.

 

Parabéns, mulheres brasileiras!

Hilton Cobra
Diretor da Cia dos Comuns



quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Foto para a "RAÇA".

Hilton Cobra(Cobrinha) de braços abertos para a negritude. Foto tirada para a revista Raça.

Foto: André Pinnola
 
 
 

domingo, 1 de agosto de 2010

AXÉ, OLONADÉ!! GENTE BOA!

Após dois meses inteiros de intensa produção e construção de um evento com tantos cúmplices, a CIA DOS COMUNS findou mais um ciclo, repleto de energia positiva, arte e negritude. Os quatro últimos dias do "Mestre das Artes" brilhou com a participação de belíssimos e provocantes espetáculos produzidos por artistas de todo o país. A cada sessão, o público se inquietava, seja por incômodo do que se apresentava, seja por cumplicidade ou reflexão instantânea do que se via e se sentia. Ao final de  cada espetáculo as palmas efusivas confirmavam a entrega do público. Esses últimos dias de mostra cumpriram o seu papel de incitar nos seus espectadores o desabafo e o orgulho de ser negro. A mostra OLONADÉ sintetizou de modo contundente, plástico e artístico a riqueza da produção afro-brasileira nas artes cênicas.


Olonadé deu tão certo que muita gente sugeriu que o evento acontecesse duas vezes por ano. Que bom que as pessoas estão se reconhecendo. Falando em reconhecimento, saiu neste domingo, 01 de agosto, no O GLOBO, coluna GENTE BOA, de Joaquim Ferreira dos Santos, uma bela matéria sobre a mostra. Temos apenas uma retificação a fazer: Olonadé ocupou a cidade por três semanas, com palestras, oficinas, mostra de cinema e espetáculos de teatro e dança.



quinta-feira, 22 de julho de 2010

PROGRAMAÇÃO DOS ESPETÁCULOS


A Cia dos Comuns realiza

OLONADÉ
A cena negra brasileira
Espetáculos de dança e teatro negro de diferentes regiões do Brasil

CENTRO CULTURAL LAURINDA SANTOS LOBO

Rua Monte Alegre, 306, Santa Teresa

23-jul - 19h

solos em Companhia – RJ
Cia Rubens Barbot Teatro de Danças
Direção: Rubens Barbot e Gatto Larsen

24-jul - 19h

OriRe - Saga de um Herói que confrontou a Morte – RJ
Direção: Gustavo Mello

25-jul - 19h

Espetáculo – BA
Direção: Luiz de Abreu

26-jul - 17h

IGI - A árvore da vida – RJ
Cia Muito Franca!
Direção: Bruno Bacelar

CENTRO CULTURAL PARQUE DAS RUÍNAS
Rua Murtinho Nobre, 169, Santa Teresa

23-jul - 19h

O Subterrâneo jogo do espírito – RJ
Direção: Rodrigo dos Santos

24-jul - 19h

Estranho? – RJ
Cia Etnica de Dança e Teatro
Direção: Carmen Luz

25-jul - 19h

Chão – RS
Direção: Jessé Oliveira

26-jul - 19h

Casa de Ferro – BA
Direção: Maurício Assunção

TEATRO DA CIA DOS ATORES

Rua Manuel Carneiro, 10, Lapa, (escadaria do Selarón)

23-jul - 20h30

Sete ventos – RJ
Direção: Débora Almeida

24-jul - 20h30

O Cheiro da feijoada – RJ
Cia Black & Preto
Direção: Iléa Ferraz

25-jul - 20h30

Negro de Estimação – PE
Direção: Kleber Lourenço

26-jul - 20h30

Terra Sonâmbula (Capítulo 1) – MG
Direção: Adyr Assumpção

ENTRADA FRANCA!
Informações: Cia dos Comuns
(21) 2242 0606
comuns@comuns.com.br

segunda-feira, 19 de julho de 2010

MOSTRA DE CINEMA - 20 E 21 DE JULHO

A Cia dos Comuns realiza
OLONADÉ
A cena negra brasileira
Seminário
oficinas
MOSTRA DE CINEMA
espetáculos de dança e teatro negro de diferentes regiões do Brasil
Cinema:
20 e 21-jul
às 19h
CENTRO AFRO CARIOCA DE CINEMA
Rua Joaquim Silva, n°40, LAPA
Distribuição de senhas 1 hora antes de cada sessão

20 de Julho:
Eu não ganhei esse edital
Santas ervas
Se todos fossem iguais
XII Marcha Noturna
Primeiro Olhar

21 de Julho:
Estação Realengo
O maestro das ruas, um mergulho na alma brasileira

Entrada franca
Informações: Cia dos Comuns
(21) 2242 0606
comuns@comuns.com.br


O Encenador no Teatro Contemporâneo: Poéticas e Processos

"Realizar esta oficina de encenação com um grupo de jovens diretores da cena carioca foi uma importante troca de saberes e fazeres. Pudemos refletir sobre alguns caminhos da encenação contemporânea, especialmente quanto ao processo colaborativo de pesquisa artística. Os pontos fortes de nossos debates foram o conceito de encenação e visão de mundo, a idéia de "imaginário convocante" como fator de mobilização e as simulações sobre nossa prática teatral.

Como a maioria dos participantes é vinculada a algum grupo teatral, com suas linhas estético-ideológicas definidas ou em formação, a função do encenador esteve sempre em questão; em especial, no processo colaborativo, quando sua concepção vai adquirindo contornos de uma ação coletiva em que a visão e a prática do grupo dão forma progressiva àquilo que Peter Brook chamou "intuição amorfa"; ou seja, um processo artístico em construção, no qual as contribuições do grupo criam uma visão compartilhada de um poética em curso em direção à percepção do espectador do teatro contemporâneo."

 Luiz Marfuz
 (Diretor Teatral, Dramaturgo, Doutor em Artes Cênicas e Professor da Escola de Teatro da UFBA)

"Gastando sapatos no Olonadé"


Centro Cultural Laurinda Santos Lobo  - local de realização das oficinas e de alguns espetáculos a serem apresentados. Rua Monte Alegre, nº 306, Santa Teresa - Rio de janeiro.


Após uma semana inteira de muita capoeira, aikidô, canto, dicção, circo, dança contemporânea e direção teatral, a segunda semana de oficinas da mostra Olonadé também promete uma profusão de troca de saberes, experiências, compartilhamento de ideias, provocações, reflexões e buscas no universo do artista, enveredado na linguagem e nas entranhas do ser negro.


Oficina de Dança Negra Contemporânea, ministrada por Rubens Barbot


Ao final da última semana de oficinas, foi notória a diferença que os encontros proporcionaram aos alunos. Muitos disseram que se sentiram transformados, revigorados, imbuídos de negritude e identidade. Outros disseram que simplesmente se sentiam bem por pertencer culturalmente e politicamente a uma rede de cúmplices de uma mesma luta.


A oficina de capoeira, por exemplo, mostrou o quanto é possível descobrir em si a corporeidade e ancestralidade. Muitos alunos que não se identificavam com essa arte, começaram a sinalizar neles mesmos os corpos e a vivência da capoeira angola, até então latentes. Pessoas que nunca imaginaram entrar numa roda, para jogar a capoeira, puderam manifestar pela primeira vez as suas vontades e possibilidades reverberantes em seus corpos.

A antropologia do gesto, a arte marcial como suporte do trabalho do ator


Amir Haddad trouxe como proposta em sua oficina de direção teatral o questionamento do que é fazer teatro, do que é o teatro popular e, fundamentalmente, do que é o teatro negro. Amir sugeriu que o teatro negro fosse um teatro que primasse preponderantemente pela liberdade. Depois “deixou o santo falar”, como ele diz, e destacou a importância da vivência do ator/artista com as populações “minorizadas”, representadas em sua maioria pela população pobre. “O ator tem que gastar sapato”, disse, buscar a sabedoria popular e o elo com a ancestralidade, pois só assim é possível, verdadeiramente, encontrar uma identidade e manifestar, com plenitude, a sua arte. O diretor e fundador do “Tá Na Rua” arrematou dizendo que “há que se iluminar a consciência para que a prática se modifique”, resumindo assim a ideia da união entre o teórico, as trocas de saberes, e a ação prática do fazer artístico, que pode se configurar em qualquer espaço físico teatral não convencional, se desvirtuando assim do modelo burocrático do palco italiano.

Amir Haddad com os seus alunos de direção teatral


Agora a programação segue com as oficinas de música, percussão, dança afro-contemporânea e interpretação, respectivamente com o professor Jarbas Bittencourt, Puan Viana, Zebrinha e Fernanda Júlia.




quinta-feira, 15 de julho de 2010

A capoeira está em mim. Está em você.


A oficina  Capoeira Angola em Movimento, ministrada pelo Mestre Marrom, está provando que qualquer pessoa pode encontrar em si a capoeira e, consequentemente, qualquer vertente de manifestação cultural afrobrasileira. Marrom diz que "a capoeira pode ser jogada em qualquer ritmo musical, que não vai perder a essência", pois a capoeira traz em si a sua musicalidade e corporeidade, presente em cada um de nós, capaz de dialogar, como um jogo entre distintos e semelhantes. Na aula, os alunos experimentam os seus corpos em contato com outros diferentes, não se atendo aos movimentos padrões, pois da repetição não há comunicação.


Os alunos estão descobrindo em seus corpos e consciências todas as características primordiais para o jogo e a dança da capoeira angola, como a conversa corporal e sensorial com o outro.
Realizamos diversos movimentos da capoeira angola, cotidianamente, sem saber. O simples fato de andarmos, por exemplo; se aplicarmos a ele uma cadência, um ritmo e sentirmos o corpo presente dançante, poderemos nos aproximar da sensação do que é o corpo do capoeira.

Mestre Marrom

 Mestre Marrom segue a linha da capoeira angola, que prevê a sagacidade, malemolência, jogo teatral presente, corpo em desconstrução e o respeito aos mais velhos e aos seu legados.


quarta-feira, 14 de julho de 2010

Um sopro de oficina - Direção Teatral com Luiz Marfuz

Após três dias de intensa reflexão intelectual sobre a figura do diretor teatral, a oficina intitulada O ENCENADOR NO TEATRO CONTEMPORÂNEO: POÉTICAS E PROCESSOS, orquestrada por Luiz Marfuz,  se findou com gosto de quero mais. Ao longo do processo de pensar a função central do diretor, muitas questões e situações reais foram compartilhadas pelo grupo, que, ao final desse "sopro de oficina"(de arrepiar), exercitou, a partir de um jogo prático, a capacidade de diálogo e resolução de problemas constantes e quase inerentes às artes cênicas. As grandes ressalvas estiveram pautadas pelo diretor que apresenta uma concepção de algo e sabe compartilhar as suas ideais, de modo que elas dialoguem e se reformulem, caso seja necessário.


"Imaginário convocante": Marfuz e os alunos da oficina.

Seguem abaixo duas das três definições que os alunos, a partir das suas definições particulares, formularam  para o que é ser diretor.

DIRETOR É...

“Um pesquisador, encenador, mobilizador, um maestro solidário ou um instrumento para construção, com seus pares, de uma idéia. Como uma orquestra que harmoniza corpo, pensamento e espaço”.
(Tatiana, Leandro, Clóvis e Eliete)

“O diretor é o artista mobilizador responsável pela engrenagem e organização de uma proposta, que, agindo em diálogo, cataliza energética, intelectual e emotivamente as funções técnicas e artísticas envolvidas, de modo a traduzir esteticamente uma idéia”.
(Gustavo, Débora, Bruno, Gabriela e Alessandro)




segunda-feira, 12 de julho de 2010

As primeiras cambalhotas a gente nunca esquece


Dar uma cambalhota desajeitadamente é fácil, mas dar uma cambalhota com consciência corporal, mantendo o equilíbrio e a noção espacial já é outro patamar. Muitos alunos da oficina de circo, ministrada pelo professor Marcelinton, estrearam em seus corpos a linguagem do circo. A flexibilidade, coordenação motora, força e postura foram os elementos mais trabalhados na aula de hoje. Alguns alunos foram motivo de inspiração, como Eliete, que realizou todos os exercícios com dedicação e bom humor.

 
Eliete, sustentando firme.


Transpirando arte - O diretor-maestro

O primeiro dia de oficina - Olonadé reuniu interação, interesse, troca, provocação, novidade, magia, dentre tantos outros elementos fundamentais para o crescimento do aluno e o diálogo com o seu orientador. A oficina de direção teatral, de um modo geral, foi a síntese do que se pretende com Olonadé: trocar experiências e quebrar a redoma do isolacionismo e engessamento da arte. Dentre diretores já experientes e aspirantes a encenador, é notória a busca dos alunos por uma estética e uma linguagem alicerçadas pela cultura e história afrobrasileira.

Luiz Marfuz, diretor teatral e dramaturgo, regente dessa oficina, indagou aos aprendizes e diretores sobre o significado do que é ser diretor. É válido destacar aqui algumas definições proferidas pelos alunos.


Oficina de direção teatral; no canto direito, Luiz Marfuz


“O diretor é: a liderança, o artista-mobilizador, o educador, o pesquisador, o aglutinador, o provocador, o jogador e maestro, mas um maestro solidário, que ouve e se mantém firme em sua regência.” A comparação do diretor com o regente de uma orquestra foi recorrente, devido à grande complexidade que é organizar instrumentos e sons distintos, em virtude de uma eufonia geral. A partir dos fragmentos do que cada um pensou sobre o que é ser diretor, três grupos se formaram e produziram três pequenas, que serão postadas em breve.

O exercício de organizar racionalmente uma ideia consensual, como pensar o que significa a figura do diretor, serve para que indaguemos também outras funções artísticas.


Pensando, coletivamente, uma definição para a figura do diretor




E para você? O ator é... ?!o bailarino é...?! Porém o mais interessante é refletir: O QUE É O ARTISTA(ATOR/BAILARINO/MÚSICO, ETC.) PLENO? PENSE E COMENTE!


domingo, 11 de julho de 2010

Por um artista pleno - Olonadé

Um mestre das artes traz em si, inerentemente, a plenitude da harmonização entre o domínio do corpo, da mente e do espírito. Os jovens artistas, que estão escrevendo a sua história, têm pela frente o desafio de conciliar a tríade do artista completo.


As palestras do dia 08 de julho ratificaram mais uma vez a importância do debate, do questionamento e da troca de saberes para a formação e construção do artista negro que se preocupa com a sua linguagem, estética e a repercussão da sua arte nessa sociedade carente de avanços na igualdade racial.


Hilton Cobra "Não basta ficar só no discurso. É preciso realizar com qualidade."

Dentre tantos temas, o ponto alto das palestras foi o artista e a relação que ele estabelece com a sua arte. Não basta apenas dominar o discurso e a teoria, é preciso realizar com qualidade. Nesse ponto é necessário ressaltar a importância da representatividade do artista (ator-bailarino), caracterizada pela consciência política, corporal, intelectual e estética. Que estética buscamos? Até que ponto o engajamento político interfere na liberdade artística? Como o a consciência da nossa africanidade nos permite criar com a riqueza da nossa história? Olonadé é um espaço para que nós artistas encontremos as repostas desses questionamentos, troquemos experiências e, como foi dito na palestra, “trancemos ideias”. E que todos saiam dessa mostra um pouco mais completos e inspirados.

Seguem algumas fotos das palestras. Disponibilizaremos alguns trechos em vídeo das palestras também.


Na mesa, Mônica Lima, Gustavo Mello e Pai Adailton

Pai Adailton


 
Na mesa, Renata Lima, Débora Almeida e Evani Tavares

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Olonadé começa com palestras amanhã na Biblioteca Nacional

Olonadé - A cena negra Brasileira entrará em cena amanhã na Biblioteca Nacional, dia 08 de julho, com quatro palestras de temática negra. Com o objetivo de embasar e dar subsídios teóricos e intelectuais para os alunos das oficinas e espectadores, as palestras serão fundamentais para a assimilação e o entendimento amplo do universo negro político, religioso, estético e artístico.

Pai Adailton abre a mostra com a palestra “Mulheres Negras Líderes de Candomblé e a Contemporaneidade”, às 10h; Mônica Lima ministrará a palestra “Heranças Africanas no Brasil”, encerrando a primeira parte das palestras. À tarde, a partir das 14h, Evani Tavares apresentará a palestra “Em Torno das Saliências Estéticas do nosso Teatro Negro”, e Renata Lima encerrará o ciclo com “O Corpo Limiar e as Encruzilhadas”. Ao término das palestras de cada turno, será aberto um espaço de debate, para que haja reflexões e trocas de saberes.

Programação das Palestras


Data: 08 de julho
Horários: 10h às 12h30 e 14h às 16h30
Local: Auditório da Biblioteca Nacional
End: Rua México, s/nº, Centro (acesso pelo jardim)
Informações: Cia dos Comuns
Contato: 21 2242 0606

A cena negra brasileira pela 1ª vez em Santa Teresa - Viva a diversidade!

Santa Teresa é famosa por ser um reduto de cineastas, pintores, músicos, artesãos, atores, dançarinos, dentre tantos outros artistas. No bairro acontecem, constantemente, eventos de caráter cultural diversificado. No entanto, Santa Teresa nunca abrigou um evento com foco na arte e cultura afro-brasileira, matriz e inspiradora de tantas outras manifestações populares, que hoje e sempre são temas (também) do que é apresentado no artesanato, na literatura e na música popular brasileira. Olonadé - A cena negra brasileira vem para corroborar não só com a diversidade do bairro, mas para reiterar a afirmação da identidade e cultura negra no cenário cultural carioca e brasileiro. Para tanto, em sua 2ª edição, o evento realizado pela Cia dos Comuns disponibilizará ao público, palestras, sessões de cinema e espetáculos de teatro e dança. Para atores e dançarinos, especificamente, serão oferecidas oficinas artísticas, como direção teatral, dança contemporânea e capoeira.



Sede da Cia dos Comuns, no Largo das Neves


Agora sim, a diversidade em Santa Teresa está representada! Agora temos um evento que de fato representa o verdadeiro pluralismo cultural e artístico de uma das populações mais amalgamadas do mundo, reconhecida pela influência vital da cultura africana. Viva Olonadé, o mestre das artes!



quinta-feira, 1 de julho de 2010

MOSTRA OLONADÉ CELEBRA A CENA NEGRA BRASILEIRA

MOSTRA OLONADÉ CELEBRA A CENA NEGRA BRASILEIRA

Inscrições para as oficinas estão abertas até 30 de junho

A partir de 08 de julho, o bairro de Santa Teresa será palco da segunda edição do OLONADÉ — A cena negra brasileira — um evento pioneiro no estado do Rio de Janeiro que reunirá Companhias de Teatro, Dança e produções independentes vindas de diferentes regiões do Brasil e que tenham em comum o desenvolvimento de trabalhos voltados para a valorização da arte e da cultura negras.

Atores e bailarinos podem se inscrever gratuitamente nas oficinas que integram a programação do OLONADÉ — entre elas dança, interpretação, capoeira, circo, dicção, canto, música, percussão, direção teatral e ai kido — diretamente na sede da Cia dos Comuns (Rua do Z, nº 34 – Santa Teresa), no horário das 11h às 18h, até o dia 30 de junho. Mais informações poderão ser obtidas através do telefone (21) 2242 0606 ou do e-mail comuns@comuns.com.br.

Idealizado pela Cia dos Comuns (grupo teatral carioca dirigido pelo ator Hilton Cobra, responsável pela encenação dos espetáculos Candaces — a reconstrução do fogo; Bakulo — os bem lembrados; A Roda do mundo; e Silêncio), OLONADÉ reunirá no período de 08 a 26 de julho atrações entre 12 espetáculos, 12 oficinas, 4 palestras e 7 filmes, todas com entrada franca.

ESPETÁCULOS

O público poderá conferir espetáculos teatrais como: Besouro Cordão de Ouro/RJ, dir. João das Neves; Negro de estimação/PE, dir. Kleber Lourenço; Casa de ferro/BA, dir. Mauricio Assunção; O subterrâneo jogo do espírito/RJ, dir. Rodrigo dos Santos; O cheiro da feijoada/RJ, dir. Iléa Ferraz; OriRe — Saga de um Herói que confrontou a Morte/RJ, dir. Gustavo Mello; e Sete ventos/RJ, dir. Débora Almeida e espetáculos de dança: solos em Companhia/RJ, dir. Gato Larsen e Rubens Barbot; Estranhos/RJ, dir. Carmen Luz; Espetáculo/BA, dir. Luiz Abreu; Chão/RS, dir. Jessé Oliveira, e Terra sonâmbula (capítulo 1)/MG, dir. Rui Moreira.

OFICINAS

As oficinas serão conduzidas pelos profissionais Amir Haddad/RJ e Luiz Marfuz/BA (direção teatral); Zebrinha/BA e Rubens Barbot/RJ (dança); Jarbas Bittencourt/BA (música de cena); Puan Viana/RJ (percussão); João Lopes/RJ (dicção); Pedro Lima/RJ (canto); Fernanda Julia/BA (interpretação); Mestre Marrom/RJ (capoeira); Felipe Koury/RJ (Ai Kido); e Marcelinton PJ/RJ (técnicas circenses).


PALESTRAS

As palestras ocorrerão no dia 08, no Auditório da Biblioteca Nacional, e abordarão os temas: Heranças africanas no Brasil, com a profª doutora em História Social/UFF/RJ, Mônica Lima; Religiões de matriz africana, com o Cientista Social/PUC/RJ, Adailton Moreira-Baba Egbé Ilê Omiojúaro; Em torno das saliências estéticas do nosso Teatro Negro, com a doutora em artes/UNICAMP/SP, Evany Tavares; e O corpo limiar e as encruzilhadas, com a profª doutora em artes/UNICAMP/SP, Renata Lima.


CINEMA

Já o cinema, que terá sede no Afro Carioca de Cinema, estará representado pelos filmes: Eu não ganhei esse edital, dir. Julio Pecly; Santas ervas, dir. Lincoln Santos e Alexandre Nascimento; Se todos fossem iguais, dir. Fernando Barcellos e Joyce Santos; XIII Marcha Noturna, dir. Viviane Ferreira; Primeiro olhar, dir. Zózimo Bulbul; Estação Realengo, dir. Carlos Maia; e O maestro das ruas, um mergulho na alma brasileira, dir. Dudu Fagundes.

Hilton Cobra, coordenador do projeto, justifica a realização de OLONADÉ: “É paradoxal que no país que abriga a segunda maior população negra do mundo, e que evoca como símbolos de sua cultura a música, a dança e a culinária negras, o teatro e a dança profissionais ainda expressem de forma tão tímida a influência da gente negra na sociedade brasileira. É fundamental criarmos meios para que as artes cênicas brasileiras sejam capazes de dar conta de uma realidade mais total: mostrar o negro — e a sociedade, em consequência — discutindo, avaliando, ocupando lugar de dono de seu próprio destino. Portanto, realizamos o OLONADÉ com o intuito de criar meios que possam incentivar a criação e o desenvolvimento de trabalhos que abarquem uma cosmovisão artisticamente negra no âmbito das artes cênicas. Sem dúvida um grande desafio, mas sobretudo uma necessidade histórica e cultural”, argumenta Cobra.

Esta versão do OLONADÉ é realizada graças aos Prêmios Myriam Muniz/(Fundação Nacional de Artes-FUNARTE e Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras/(Fundação Cultural Palmares); ao patrocínio da Petrobras e aos apoios culturais de Oi Futuro, Firjan, Cadon, Biblioteca Nacional, Centro Afro Carioca de Cinema e Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.


Informações para a imprensa

Márcia Vilella
Diego Cotta
Marcela Prior

Target Assessoria de Comunicação


Tels: 21 2284 2475
2234 9621
8158 9692
8158 9715

Olonadé - A cena negra brasileira